vou jogar o seu jogo
de encontros e desencontros
de olhares e indiferenças
de sorrisos e sobrecenhos
de levezas e pesares.
Se é assim que quer, mulher
não mais declarar-te-ei o meu amor,
se prefere buscar pistas, enigmas e mistérios
farei rodeios e fingirei enganos
mostrarei dúvida sobre a certeza.
Pintarei o meu amor vivo e forte
com cores baças e traços hesitantes.
No palco, do pierrot farei arlequim,
pra te confundir e perguntar a si mesma:
“Como essa alegria se sofrias por mim?”
Não mais cantarei aos quatro ventos o meu amor,
sussurrarei palavras ambíguas e perdidas.
Não mais olharei perdido um ponto qualquer,
(denunciando minha condição...)
me fixarei no rápido e fugidio dia-a-dia.
Se é assim que quer.
(Mas perceba que mesmo assim,
continuarei fazendo o que você quer...)