quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Perdão às Baratas

Levado por um egoísmo físico
hoje eu matei uma barata.
Não que eu não desse valor à vida,
mas quando se trata de egoísmo
às vezes essa não têm mesmo nenhum valor.

E eu não a matei de mãos limpas,
armei-me de modo que não precisasse toca-la,
e a matei pelo pavor de imaginar que ela pudesse
andar pelo meu corpo enquanto eu estivesse dormindo.
Logo depois me aborreci por meu pavor a baratas fazer parte
da minha natureza de ter medo de insetos.

Sei que deve haver grande maldade nisso
pois isso é algo que eu também vejo,
mas minha auto defesa é acionada por um instinto
com capacidade bem maior,
e quando a crueldade termina eu reconheço
que isso passa a me fazer mal.

Espero que elas façam bom proveito do meu corpo,
no dia em que a minha alma estiver bem longe,
pois o meu pavor a baratas permaneçerá em meu corpo,
enquanto minha alma não se preocupará aonde.
Espero realmente que elas façam bom proveito
ao habitar minha carcaça decomposta,
pois eu sei que não haverá maldade nisso,
e isso a natureza delas mostra.

W.S.C.

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